Foto: Gabriel Puhl (Prefeitura de Agudo)
Marcelo Ellwanger, prefeito de São Sepé (à esq.), Luiz Henrique Kittel, prefeito de Agudo (centro), e Bernardo Quatrin Dalla Corte, prefeito de Júlio de Castilhos (à dir).
O prefeito de Agudo, Luís Henrique Kittel (PL), eleito o presidente da Associação dos Municípios da Região Central do Estado (AMCentro) para 2026, destacou, em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN, desta segunda-feira (8), os objetivos da associação para o próximo ano. Conforme ele, o foco será em infraestrutura e na articulação conjunta dos 33 municípios que compõem a entidade.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Kittel afirma que a prioridade será organizar e acelerar os debates regionais já nos primeiros dias de janeiro, antes do período em que o calendário eleitoral deve ocupar as atenções políticas em todo o país.
– Eu acredito que 2026 vai ser um importante ano de trabalho junto à AMCentro com os demais prefeitos, mas principalmente vai ser um ano que vamos pautar os assuntos regionais com bastante cuidado e responsabilidade, ainda mais porque se trata de um ano eleitoral – disse.
Ele reforça que a janela entre julho e outubro exigirá planejamento antecipado para assegurar que as demandas regionais avancem antes da concentração das atenções na disputa presidencial, estadual e legislativa.
Entre as pautas que pretende colocar no centro das discussões, está a reforma da Previdência nos municípios, tema que considera urgente e comum a cidades de todos os portes. Segundo ele, a AMCentro deve seguir o esforço já iniciado em 2025 para orientar gestões e construir caminhos que reduzam o risco de colapso financeiro.
– Os municípios pequenos também estão passando por uma Reforma da Previdência agora que se faz necessária para que a gente possa organizar algumas situações no tocante à administração pública. Isso precisa fazer – afirmou.
Kittel acrescenta que o objetivo é conduzir o debate de modo articulado, levando em conta o impacto para servidores, câmaras de vereadores e para o equilíbrio das contas municipais.
A agenda para 2026 também deve priorizar projetos estruturantes e articulação política suprapartidária, especialmente em temas que afetam toda a região central. Um dos exemplos citados pelo prefeito é a duplicação da RSC 287, que voltou a ganhar força nos últimos meses com a aproximação de diferentes atores institucionais. Para ele, a união de prefeitos, parlamentares, entidades empresariais e governo estadual tende a dar novo impulso à obra.
– Eu acredito que esse assunto que vem melhorando bastante nos últimos períodos deva ter uma continuidade boa a partir de 2026 também, que é a duplicação da RSC 287, por exemplo – avaliou, destacando a próxima reunião marcada para 15 de dezembro com a Secretaria da Reconstrução Gaúcha e lideranças regionais.
Orçamento dos municípios
Ao comentar o cenário fiscal, Kittel reforça que os municípios têm enfrentado aumento de responsabilidades sem a contrapartida proporcional de repasses federais e estaduais, o que pressiona o orçamento local. A experiência recente com a reconstrução após os episódios climáticos extremos evidenciou, segundo ele, o peso da primeira resposta municipal, antes da chegada de recursos externos. Ele citou que, em Agudo, as pastas de Saúde e Educação frequentemente ultrapassam os percentuais mínimos constitucionais, chegando a 17,5% e até 28% do orçamento, respectivamente.
Kittel também retoma o debate histórico sobre o pacto federativo, ressaltando que a concentração de recursos em Brasília limita a capacidade de resposta dos municípios, onde a vida cotidiana acontece. Ele lembra que o tema acompanha prefeitos e gestores há décadas, sem avanços estruturais.
– Desde o tempo que eu era colega, jovem repórter, nós falávamos já em pacto federativo, que o governo federal deveria concentrar menos recurso e que os municípios teriam que ter mais liberdade para poder fazer a gestão disso tudo – disse. Para ele, mesmo sem mudanças profundas no curto prazo, cabe aos prefeitos manter o esforço de gestão responsável e defesa das prerrogativas municipais.
A partir de janeiro, a AMCentro também deve intensificar o trabalho conjunto com o Consórcio Intermunicipal da Região Centro (Circ), cujo novo presidente será o prefeito de Nova Esperança do Sul, Ivori Guasso Júnior (PDT), ao lado do vice, Claiton Muller (PP), prefeito de Paraíso do Sul. A primeira reunião ordinária conjunta está prevista para a semana de 15 de janeiro. Kittel afirma que as duas entidades atuarão alinhadas para garantir uma pauta “pluripartidária e suprapartidária”, orientada pelo interesse coletivo da região central como um todo.
Posse
Kittel assumirá a presidência em 1º de janeiro, sucedendo o prefeito de Tupanciretã, Gustavo Terra (PP), que encerra seu mandato à frente da associação em 31 de dezembro. A nova diretoria terá ainda Bernardo Quatrin Dalla Corte (PSDB), prefeito de Júlio de Castilhos, como 1º vice presidente, e Marcelo Ellwanger (PP), prefeito de São Sepé, como 2º vice presidente.